Em série invicta, Assunção participa de
70,5% dos gols do Palmeiras
Volante tem influência direta em 12 dos 17 gols marcados em série de 11 jogos que vem desde o Brasileiro. Capitão serve de espelho para jovens
A melhora significativa do Palmeiras na atual temporada passa por mudanças de atitude, consciência tática e técnica. Mas pelo menos um fator continua tão eficiente quanto em 2011: Marcos Assunção. O volante, capitão e homem da bola parada é o principal nome da atual série de 11 jogos sem perder da equipe de Luiz Felipe Scolari – iniciada no empate por 2 a 2 com o Grêmio, em novembro do ano passado.
São cinco partidas pelo Campeonato Brasileiro, mais seis pelo atual Campeonato Paulista. Dos 17 gols marcados pelo Verdão nesses jogos, 12 tiveram a assinatura do especialista - seis gols de falta, cinco assistências e uma participação (contra o Vasco, em 2011, o volante não deu assistência direta, mas o gol saiu em jogada de escanteio cobrado por ele).
A média é alta, de 70,5% - participação em dois de cada três gols do Palmeiras. A maioria deles, claro, saiu de cobranças diretas de falta. Mas a capacidade de assistências em escanteios e faltas tem aumentado. Na vitória por 3 a 2 sobre o XV de Piracicaba, na quarta-feira, um cruzamento perfeito para Artur desempatou a partida – e a falta foi cobrada da zona intermediária do campo, pelo lado direito, numa posição que traz maior dificuldade para Assunção.
Marcos Assunção comemorando: cena rotineira (Foto: Rahel Patrasso / Ag. Estado)Se contarmos apenas os jogos de 2012, a participação do volante se dá em sete dos 11 gols de jogos oficiais na temporada – excluído o amistoso contra o Ajax-HOL. Foram três gols de falta, três assistências em escanteios e uma em cobrança de falta.
– Isso é uma obrigação minha. Bola parada, ajudar na marcação. As coisas estão acontecendo bem. Estou feliz, espero que isso possa durar muito tempo. Espero que 2012 seja melhor que 2011, que já foi bom para mim e ganhei prêmios. Vou lutar para isso – avisou Assunção.
| AS 12 VEZES DE ASSUNÇÃO | |
|---|---|
| Participação | Adversários |
| Seis gols de falta | Grêmio, Bahia, São Paulo, Mogi Mirim (2) e XV de Piracicaba |
| Cinco assistências | Bahia, Bragantino, Catanduvense, Santos e XV de Piracicaba |
| Uma participação | Vasco (gol de Luan saiu de escanteio de Assunção, mas não configurou assistência direta) |
A ambição de um experiente jogador de 35 anos serve de incentivo para os garotos do Palmeiras. Sem Marcos, aposentado, Felipão escolheu o volante como capitão justamente com esse objetivo, de fazer o jogador influenciar positivamente o resto do elenco, sem tanta “rodagem”. Por enquanto, a fórmula tem dado certo, para alegria do comandante.
– Ele faz por merecer, pelo que treina, se dedica. A forma como bate na bola, o quanto desenvolve isso sem a ajuda de ninguém. E ótimo e um espelho para muita gente, que veem nele o quanto podem melhorar – disse Felipão.
A postura que Marcos Assunção apresenta em sua passagem pelo Palmeiras foi aprendida lá atrás, quando era um garoto e queria vencer no futebol. Quando foi para o Roma, no fim da década de 90, ele teve “professores” que serviram de espelho. Mesmo papel que ele exerce hoje.
– Tive no passado jogadores assim, Cafu, Aldair, Antônio Carlos, Bonamigo, Cristovão Borges, do Vasco. Todos pararam e estou aqui ainda. Eles foram meu espelho. Ganharam tudo na vida, e eu jogava com eles quando tinha 20, 17 anos. Eu tento fazer o que eles faziam quando eram os mais velhos, e eu um garoto. Tento passar isso. Trabalhando todos os dias, treinando, jogando, sendo uma pessoa séria. Dessa forma você pode jogar por muito tempo – disse o volante.
A intenção de Marcos Assunção era parar de jogar no fim deste ano, mesmo período em que encerra seu atual contrato. Mas com uma fase iluminada e um Palmeiras mais competitivo, o capitão pode até repensar sua decisão.
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